Review | Batman: Arkham Origins Blackgate

Victor Voss
3 min readOct 15, 2020

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Reprodução/Warner Bros. Interactive Entertainment

Lançado originalmente em 2013 para PS Vita e Nintendo 3DS, e posteriormente ganhando versões em alta definição para PS3, Xbox 360, Nintendo Wii U e PC, Batman: Arkham Origins Blackgate tenta aproximar a experiências dos triplo A de console de mesa para os handheld, transpondo para uma jogabilidade 2.5D com fortes inspirações nas séries Castlevania e Metroid, explorando o mapa e adquirindo habilidades para que se possa avançar.

Além de evocar narrativa e sistemas dos jogos principais, Blackgate tenta modernizar algumas coisas. Sua própria visão de detetive é realizada tocando na tela do portátil, revelando inimigos, itens interagíveis, segredos e colecionáveis espalhados no cenário. Uma vez selecionado tal objeto, sempre que ativar este modo ele aparecerá já marcado em sua tela.

Mas por mais que os produtores tenham tido boas intenções em querer adaptar os jogos do Batman aos mundo 2D, nem tudo saiu tão bem assim. Os combates não funcionam como deveriam em planos 2.5D, onde o excesso de inimigos em tela atrapalha na formação de combos, que são necessários para afligir um maior danos aos inimigos, já que cada tipo de inimigos tem uma forma diferente de se enfrentar, atrapalhando os “combates rítmicos” já conhecidos da série Arkham.

Batman mantém seus gadgets da franquia principal com funções levemente diferentes. — Reprodução/Warner Bros. Interactive Entertainment

Tão importante quanto o combate, o stealth em Batman está presente de forma adaptável também, funcionando bem em proporções menores mas não chega ao nível de complexidade dos jogos principais. A estratégia exigida é bem básica: derrote rapidamente os inimigos armados, além da variedade de inimigos ser mínima, limitando-se a 3 a 4 diferentes durante todo o game. Os corredores já visitados se encontram várias vezes, tornando o vai e vem entre áreas algo extremamente chato e repetitivo.

Se situar nos estreitos corredores e tubulações da prisão é uma tarefa extremamente fácil, apesar do mapa da versão portátil acabar confundindo o jogador muitas vezes por tirar a noção de em qual andar você se encontra. Cada um dos três blocos de Blackgate possuem sua própria facção dominante e “temática” de acordo com o vilão que comanda por lá, tratando-se do Pinguim, Coringa e Black Mask. Cada um deles terá seu momento de confronto com o homem morcego, no qual o jogo mistura puzzles, combate e uso de gadgets para criar um confronto único e desafiador, saindo um pouco da mesmice do vai e vem entre corredores.

No final Blackgate é um game “Batman Arkham“, mas à parte de qualquer relação ao enredo principal da série, possuindo decisões de level design bem questionáveis, por mais que funcionem, a mudança de ritmo que o game sofre do seu meio para o final da campanha pode incomodar. Sem alguns clichês da série, como as dúzias de Charadas e aprimoramentos através de experiência acumulada, ele se tornará muito mais único, uma ótima porta de entrada para quem quer conhecer os demais jogos. Para isso, ele só precisou se inspirar mais em suas referências principais, Metroid e Castlevania.

Originalmente postado em Cultura Nerdica, setembro de 2018.

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